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14 de junho de 2025

Zema critica sigilo de Lula, mas mantém em segredo benefícios fiscais de seu governo

Zema critica sigilo de Lula, mas mantém em segredo benefícios fiscais de seu governo

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(FOLHAPRESS) – Entre as críticas que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), têm feito ao governo Lula (PT), uma das mais constantes se refere a sigilos impostos pelo petista, como o que classificou determinadas informações como confidenciais pelo prazo de cem anos.

O mineiro, porém, também é alvo de questionamentos no estado por manter em segredo os maiores destinatários dos benefícios tributários conferidos pelo governo ao setor empresarial.

A soma dessa renúncia de arrecadação tem crescido a cada ano, e no Orçamento de 2025 está prevista para chegar a R$ 22,7 bilhões.

O valor é superior ao projetado para os gastos da Secretaria de Educação -R$ 19,5 bilhões- pasta que concentra o maior nível de despesas.

Procurada, a Secretaria da Fazenda disse que encaminha informações aos órgãos fiscalizadores e que disponibiliza em seu site dados relativos às renúncias de receita e desonerações.

A página não mostra, porém, detalhamento sobre as empresas nem os setores beneficiados pelas renúncias.

Em publicação da última quarta-feira (21), o governador mineiro afirmou: “Aqui, ninguém esconde nada. Tudo é claro, acessível e auditável: das obras nas estradas às viagens do governador. Enquanto em Brasília o sigilo de 100 anos ainda é rotina, em Minas, transparência é regra”.

Zema aumentou o tom das críticas a Lula nos últimos meses na tentativa de popularizar seu nome junto ao eleitorado de direita em meio à inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL), a quem é aliado.

Na postagem, ele se referia à lei do governo federal que prevê restrição de acesso a informações pessoais relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de cem anos.

Nas eleições de 2022, o presidente Lula prometeu acabar com a medida. Ele chegou a determinar a revisão dos sigilos decretados por Bolsonaro, mas acabou usando o recurso.

Zema, no entanto, não tinha o costume de criticar na mesma intensidade e de forma pública as medidas de sigilo impostas pelo ex-presidente.

Em Minas, o aumento dos benefícios tributários voltou à tona nas últimas semanas, quando o governo contingenciou R$ 1,1 bilhão do Orçamento e também na ocasião em que entregou aos deputados o plano para renegociar a dívida de R$ 168 bilhões do estado junto à União.

Em audiência na Assembleia Legislativa, o vice-governador Mateus Simões (Novo) foi cobrado sobre a falta de transparência das renúncias tributárias pela deputada Lohanna (PV), da oposição.

Ela citou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou a redução de um terço dos benefícios fiscais em seu estado e deveria servir de exemplo ao governo mineiro.

Simões, pré-candidato escolhido por Zema para sucedê-lo no governo de Minas, disse que as concessões tributárias não são um favor ao empresariado, mas admitiu que a falta de transparência o incomoda.

“Eu tenho horror, vou até usar uma palavra mais forte, nojo de sigilo. Acho que sigilo fiscal e sigilo bancário é um contra-favor que foi colocado na nossa Constituição. A gente só protege o malfeitor.”

Ele assumiu compromisso de formular um estudo para replicar o modelo do governo federal de divulgação dos maiores beneficiários das renúncias.

A alta dos benefícios tributários concedidos pelo governo mineiro em relação ao ano anterior foi de R$ 4,4 bilhões, em valores atualizados pela inflação. O peso desses subsídios na proporção da receita corrente líquida do Estado também aumentou, de 12,31% em 2024 para 14,64% em 2025.

Outro dos temas preferidos de Zema para criticar a gestão federal é a segurança pública. Na última semana, ele publicou vídeo copiando discurso do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, conhecido por pregar linha-dura no combate ao crime.

Na ocasião, afirmou que “no Brasil, os criminosos muitas vezes estão dentro do governo” e que o “Estado brasileiro decidiu não combater o crime”.

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Fonte. Noticias ao minuto

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