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18 de junho de 2025

Em leilão, governo concede 19 novas áreas para exploração de petróleo na Foz do Amazonas

Em leilão, governo concede 19 novas áreas para exploração de petróleo na Foz do Amazonas

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) concedeu na manhã desta terça-feira (17) 19 novas áreas para exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas, no Amapá, que se tornou foco de protestos de ambientalistas e gera embate dentro do próprio governo.

As áreas foram arrematadas pela Petrobras, as americanas Exxon e Chevron e a chinesa CNPC, com o pagamento de bônus de assinatura acumulado de R$ 844 milhões. O resultado do leilão amplia a área concedida para exploração na bacia de 5,7 mil para 21,9 mil quilômetros quadrados.

Ao todo, o leilão arrecadou R$ 989 milhões com a concessão de 34 das 172 áreas oferecidas pela ANP. Além da Foz do Amazonas, houve lances por blocos nas bacias de Santos, Pelotas e Parecis -as duas últimas também consideradas novas fronteiras exploratórias.

“Foi um resultado extremamente positivo, demonstrando grande confiança por parte dos investidores no potencial petrolífero do Brasil”, disse após o leilão da diretora-geral interina da ANP, Patrícia Baran.

A bacia da Foz do Amazonas respondeu por 40% dos blocos ofertados e 85% da arrecadação. Foi a primeira vez que áreas na região foram arrematadas em leilões do governo desde 2003. Nos últimos anos, dificuldades para a obtenção de licença ambiental afugentaram investidores.

O leilão desta terça, porém, poderia ser a última oportunidade para as petroleiras, já que as manifestações interministeriais que garantem aval ambiental para o leilão vencem nesta quarta-feira (18). A ANP ofereceu 47 áreas.

A Foz do Amazonas é a principal aposta de governo e petroleiras para repor as reservas brasileiras de petróleo após o esgotamento do pré-sal, esperado para a próxima década. Passou a atrair atenção após descobertas gigantes de petróleo na Guiana e no Suriname.

No leilão desta terça, as áreas foram disputados por dois consórcios, um formado por Petrobras e Exxon e outro por Chevron e CNPC. As duas primeiras ficaram com dez dos blocos arrematados, mas perderam a disputa para as concorrentes em nove deles.

Exxon e Chevron já atuam na Guiana e no Suriname, que tiveram importantes descobertas de petróleo nos últimos anos, atraindo o interesse do setor para a margem equatorial brasileira.

Com o leilão desta terça, a bacia da Foz do Amazonas passará a ter 28 blocos com contratos ativos de concessão. Nove deles foram licitados no início dos anos 2000, entre eles o bloco 59, alvo de embate entre a Petrobras e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis).

Na porta do hotel onde o leilão foi organizado e em Bonn, na Alemanha, organizações ambientalistas e representantes de comunidades indígenas realizavam protestos. O Ministério Público Federal do Pará tentou suspender a oferta na Justiça mas não teve sucesso.

“Ao assumir dez blocos em consórcio com a ExxonMobil Brasil, a Petrobras se coloca como protagonista de um projeto político arriscado que está cavando um buraco na credibilidade ambiental do Brasil”, afirmou após o resultado a porta-voz de Oceanos do Greenpeace Brasil, Mariana Andrade.

A diretora-geral interina da ANP defendeu a abertura de novas fronteiras petrolíferas no país apesar de alertas contra a queima de combustíveis fósseis.
“As fontes mais tradicionais da energia serão por muito tempo fundamentais para atender a crescente demanda para a energia a esse ciclo fundamental para o crescimento econômico e o atendimento às necessidades de nossa população”, afirmou.

Também consideradas bacias de novas fronteiras, Parecis e Pelotas tiveram blocos arrematados no leilão. Na primeira, que fica no Mato Grosso, a estreante Dillianz levou uma área. Na segunda, consórcio formado por Petrobras e Galp pagou R$ 11,5 milhões por três áreas.

Na bacia de Santos, foram 11 blocos concedidos por R$ 133 milhões em bônus de assinatura. Os vencedores foram as empresas Karoon (com seis blocos), Shell (com três) e Equinor. A agência tentou licitar blocos na bacia Potiguar, mas não teve interessados.



Fonte Noticias ao Minuto

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