8:22 PM
2 de setembro de 2025

Pesquisadores desenvolvem tecnologia de fertilizante com cinza vegetal

Pesquisadores desenvolvem tecnologia de fertilizante com cinza vegetal

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Pesquisadores da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) desenvolveram uma nova tecnologia para a produção de fertilizantes a partir da cinza vegetal, resíduo gerado pela queima de madeira em indústrias da região. A proposta visa atender especialmente as necessidades da agricultura familiar, reduzindo custos com insumos e oferecendo uma alternativa sustentável para o aproveitamento de resíduos agroindustriais.

O projeto promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), por meio do Edital nº 005/2021 – Mulheres e Meninas na Computação, Engenharias e Ciências Exatas e da Terra, e coordenado pela professora doutora Edna Bonfim da Silva, da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR), da área de Ciências Agrárias, manejo e conservação do solo.

A pesquisa foi conduzida em parceria entre os cursos de Engenharia Agrícola e Ambiental e Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR). O objetivo principal é construir e ajustar um granulador de disco rotativo para a produção de fertilizantes organominerais, resultado da combinação de materiais orgânicos com adubos minerais. Esse tipo de fertilizante pode ser formulado e granulado diretamente na propriedade rural, o que favorece a economia no campo e reduz a dependência de produtos externos.

O granulador desenvolvido é de fácil montagem e manutenção, e foi ajustado para operar com diferentes ângulos de inclinação e velocidades de rotação. O equipamento permite o uso da cinza vegetal como matéria-prima no processo de granulação, que transforma os fertilizantes em pequenos grânulos com tamanho e forma adequados para a aplicação agrícola. Um dos desafios técnicos é garantir que esses grânulos atendam aos padrões de qualidade exigidos por normas nacionais, com o mínimo de perda de material no processo.

A pesquisa foi realizada em três etapas. Na primeira, o equipamento foi construído e testado em laboratório. A segunda etapa foi dedicada ao desenvolvimento e análise da composição química do fertilizante organomineral. Por fim, o produto foi aplicado na cultura do feijão-caupi, tanto em casa de vegetação quanto em campo, com o objetivo de avaliar sua eficiência em relação aos fertilizantes convencionais.

Durante os testes, foram analisadas características do solo e da planta, como produtividade, nutrição, desenvolvimento da raiz e uso eficiente da água. A tecnologia também foi apresentada em módulos didáticos voltados à extensão rural, com participação de estudantes e produtores.

Além da redução de custos para agricultores, espera-se que a tecnologia contribua para a valorização de resíduos industriais e para a sustentabilidade da produção agrícola. Com a transformação da cinza vegetal em insumo agrícola, o projeto busca evitar o descarte inadequado desse resíduo, dando-lhe uma nova função dentro da cadeia produtiva.

O pedido de patente ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) está em formulação, será um para o equipamento e outro para o processo de formulação e produção do fertilizante granulado. A pesquisa também promove a formação de novos pesquisadores, com foco na inclusão de mulheres na ciência e na Engenharia.

“A iniciativa representa um avanço nas práticas de manejo agrícola em pequenas propriedades e reforça o papel da pesquisa científica como aliada do desenvolvimento regional e da sustentabilidade no campo”, pontuou a professora Edna Bonfim.



Fonte Jornal de Mato Grosso

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