O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, participou na tarde desta segunda-feira (13) de um diálogo aberto com servidores da Saúde, realizado na Praça Alencastro, em frente à sede do Executivo municipal. O encontro, que se estendeu por mais de duas horas, teve como principal objetivo construir uma proposta de consenso sobre o pagamento da insalubridade dos servidores municipais.

Durante a conversa, Brunini destacou a importância de conciliar legalidade, responsabilidade fiscal e valorização do funcionalismo público. Ele informou que até quarta-feira (15) será apresentada uma proposta conjunta entre a Prefeitura e os representantes sindicais, com a intenção de encaminhar o projeto de lei à Câmara Municipal ainda nesta semana. “Eu decidi vir conversar com os sindicatos, com os servidores. Continuamos divergentes em alguns pontos, mas o mais importante é que estamos construindo o diálogo. Talvez não saia exatamente o que o sindicato quer, talvez não o que eu queira, mas vamos encontrar um ponto de equilíbrio econômico e financeiro que seja a solução para esse caso”, afirmou o prefeito.

Como parte do processo, a Secretaria Municipal de Gestão deverá disponibilizar aos sindicatos os dados detalhados sobre o número de servidores que recebem insalubridade, subsidiando tecnicamente as discussões. A partir dessas informações, será realizada uma nova reunião para definir os parâmetros do projeto. “Se não houver consenso, não há projeto de lei. O que está em vigor é a lei A1, e é nela que devemos nos basear até encontrarmos uma alternativa viável. Mas acredito que, dialogando, vamos chegar a uma solução equilibrada”, pontuou Brunini.

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Ao ser questionado sobre o impasse e a possibilidade de paralisação, o prefeito elogiou a postura das lideranças sindicais por manterem o diálogo aberto e evitarem a decretação de greve. “Foi um avanço muito significativo o fato de não haver determinação de greve. Existe um estado de alerta, o que é natural. Isso mostra preocupação, mas também responsabilidade”, avaliou.

Brunini ressaltou que o tema é tratado como prioridade absoluta e afirmou ter suspenso parte da agenda oficial para se dedicar integralmente à busca por uma solução. “Suspendi compromissos, porque isso é prioridade para mim. Não vou mandar papel pra sindicato fazer política. Vamos discutir com dados e responsabilidade. Se for preciso, meu gabinete ou um auditório inteiro estará aberto para os servidores participarem. O importante é resolver dentro do prazo”, garantiu.

O prefeito explicou que o prazo para consolidação da proposta é até quarta-feira à noite, já que a folha de pagamento será fechada entre os dias 19 e 20. Caso o consenso seja alcançado, a expectativa é de que o projeto seja votado pela Câmara até sexta-feira ou no início da próxima semana.

Brunini também reconheceu o cenário de restrição financeira enfrentado pela Prefeitura, citando uma frustração de receita de mais de R$ 300 milhões herdada do orçamento anterior. Mesmo assim, assegurou que a gestão tem buscado ajustar as contas sem comprometer os serviços essenciais. “O caixa está apertado, mas estamos mantendo a Saúde e a Educação funcionando, gastando até mais do que o previsto na LOA. Vamos colocar a casa em ordem e encontrar uma saída que respeite a lei e o servidor”, concluiu o prefeito.

O diálogo na praça contou com a presença de servidores, lideranças sindicais e membros do secretariado municipal, marcando mais um passo na tentativa de solução pacífica e transparente para o impasse da insalubridade.